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OMS pede investimento anual de US$ 6 bi para eliminar hepatite até 2030



Guia reúne diretrizes sobre questões como ampliação de acesso a serviços de HIV, qualidade dos resultados de saúde sexual e reprodutiva e direitos (SSRD) das mulheres vivendo com HIV e promoção da igualdade de gênero. Foto: UNAIDS

Às vésperas do Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais, lembrado em 28 de julho, a Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou nesta sexta-feira (26) que países de baixa e média renda precisam investir um total de 6 bilhões de dólares por ano para eliminar essas doenças como uma ameaça de saúde pública até 2030. A mobilização desses recursos permitiria evitar 4,5 milhões de mortes ao longo dos próximos 11 anos.


A eliminação da hepatite como ameaça de saúde pública é uma das metas da Agenda 2030 da ONU para o Desenvolvimento Sustentável. Foto: EBC

Segundo a agência da ONU, somente com um montante de 58,7 bilhões de dólares, distribuídos anualmente até 2030, seria possível reduzir em 90% o número de novas infecções por hepatite e diminuir em 65% as mortes pela doença.


O orçamento foi calculado com base nas necessidades de 67 de países de baixa e média renda e representa o valor conjunto que essas nações precisam mobilizar para alcançar essas quedas na prevalência e na mortalidade da doença. Esses países representam 75% da população mundial.


O investimento proposto pela OMS construiria um legado contra a enfermidade — a agência estima que seria possível evitar mais de 26 milhões de óbitos depois de 2030, se esse orçamento for aplicado.


"Hoje, 80% das pessoas que vivem com hepatites não conseguem acessar os serviços dos quais necessitam para prevenir, diagnosticar e tratar as doenças", lembrou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.


“Nesta data, pedimos uma liderança política arrojada, com investimentos correspondentes. Solicitamos a todos os países que integrem serviços para hepatites em pacotes de benefícios, como parte da sua jornada rumo à cobertura universal de saúde.”


Investindo agora em testes diagnósticos e medicamentos para o tratamento das hepatites B e C, os países podem salvar vidas e reduzir custos relacionados ao tratamento prolongado da cirrose e do câncer de fígado — dois problemas de saúde que resultam das hepatites não tratadas.


Algumas nações já estão tomando providências. A Índia, por exemplo, anunciou que oferecerá testes diagnósticos gratuitos e tratamento para as hepatites B e C como parte da sua estratégia de cobertura universal de saúde. A redução dos preços dos medicamentos favoreceu a adoção dessa política pública. No gigante asiático, a cura da hepatite C custa menos de 40 dólares, e um ano de tratamento da hepatite B sai por menos de 30 dólares. A expectativa é de que, a esse valor, a disponibilização do tratamento vai se converter em economias com despesas na saúde já dentro de três anos.


O governo do Paquistão também conseguiu oferecer tratamento para a hepatite C a preços baixos.


O fornecimento para todas as pessoas atualmente diagnosticadas com a doença deve reduzir os custos de saúde no país dentro de três anos. A nação asiática enfrenta uma das mais altas taxas anuais de novas infecções por hepatite — são 150 mil novos casos a cada ano. O governo está lançando um plano de controle para garantir a segurança na aplicação de injeções e, assim, interromper a transmissão.


Hepatite em números


Existem cinco tipos de infecções por hepatites virais – A, B, C, D e E. Mais de 95% das mortes pela doença são causadas pelas infecções crônicas por hepatite B e C, ao passo que as hepatites A e E raramente causam doenças fatais. A hepatite D é uma infecção adicional que ocorre em pessoas que vivem com hepatite B.


Para a maioria dos 325 milhões de pessoas que vivem com hepatite B e C, o acesso ao diagnóstico e ao tratamento permanece fora do alcance.


Das 257 milhões de pessoas que vivem com hepatite B:


Estima-se que 10,5% (27 milhões) conheciam seu status de infecção em 2016;

Das pessoas diagnosticadas, apenas 17% (4,5 milhões) receberam tratamento em 2016;

No mesmo ano, 1,1 milhão de pessoas desenvolveram uma infecção crônica por hepatite B – uma das principais causas de câncer de fígado.


Das 71 milhões de pessoas que vivem com infecção crônica por hepatite C:


Estima-se que 19% (13,1 milhões) conheciam seu status de infecção em 2017;

Das pessoas diagnosticadas, 15% (2 milhões) receberam tratamento curativo no mesmo ano. No geral, entre 2014 e 2017, 5 milhões de pessoas receberam tratamento curativo para a doença;

Em 2017, 1,75 milhão de pessoas desenvolveram uma infecção crônica por hepatite C.

A estratégia global de hepatites da OMS, endossada por todos os seus Estados-membros, visa reduzir em 90% as novas infecções por hepatite e em 65%, as mortes, no período 2016-2030.


No Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais de 2019, a OMS chama todos os países a investir na eliminação das hepatites por meio de um maior orçamento e financiamento dos serviços de saúde.


Apesar do amplo apoio dos países à estratégia da OMS, com 124 de 194 nações desenvolvendo políticas para implementar esse marco, mais de 40% dos planos não têm orçamentos específicos para apoiar os esforços de eliminação da hepatite.


A OMS também lançou duas calculadoras virtuais, a HEP C Calculator e a HEP B Calculator, projetadas para apoiar gestores de saúde na avaliação dos custos e da efetividade dos programas de tratamento.









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